Lampreia condenada à morte

Mesmo depois da construção da ETAR, a poluição do Cávado continua a ser a principal ameaça à sobrevivência da lampreia no estuário que banha Barcelos.

(...) Tempos houve em que o Cávado trazia às redes dos pescadores 500 lampreias numa noite, que, de há 50 anos a esta parte, tem sofrido um declínio dramático.

Os dias são de crise, muito por culpa da poluição que tingiu o leito do rio e condena um futuro sombrio. As descargas dp têxtil e das vacarias continuam a ser uma realidade, ainda que encapotada, colocando em causa o sucesso reprodutivo da espécie capturada desde os tempos medievais nos rios portugueses.

(...) a acreditar nas palavras do presidente da Associação de Pescadores de Esposende, Augusto Silva: " O Cávado, para além de ter muita água salgada, tem um caudal diminuto e muito poluído, pelo que a lampreia continua a preferir seguir para Viana e Caminha, sendo que as que resistem são capturadas logo à entrada da foz."

Quim Paula, como ficou conhecido nas lidas da pesca afirma "A poluição vai arruinar a espécie (lampreia) como já fez com o sável " lamentando ainda " Barcelos virou as costas ao rio, que está moribundo, ninguém se interessa, nem são implementadas medidas para resolver a situação."

in Barcelos Popular, 13 de Março de 2008